A música é uma linguagem entendida universalmente e tem participado da história da humanidade desde o surgimento das primeiras civilizações. O ensino de música era tido como obrigatório na Grécia clássica e desde esse período há provas de que orquestras já existiam.

No ambiente escolar, a música pode acrescer e facilitar a aprendizagem dos alunos uma vez que, por meio dela, o indíviduo pode desenvolver qualidades importantes para sua vida. Concentração,  coordenação, sociabilização e disciplina são algumas das habilidades exploradas no ensino da música e que proporcionam equilíbrio socioemocional durante a formação da criança. Além disso, a linguagem musical constrói um ambiente que potencializa a capacidade de expressão e autoconhecimento, permitindo que o estudante aprenda a ouvir de maneira ativa e refletida e, assim, consiga desenvolver sua atenção e memória.

Uma outra vantagem de se trabalhar com a música em ambientes escolares é que, por estarmos falando de uma linguagem universal que conecta pessoas por meio de sons, ritmos e melodia, ela se torna uma ferramenta excelente para o trabalho com outros contextos socioculturais, étnicos ou de linguagens. A música acaba se tornando um instrumento mediador dessas novas relações sociais, sendo responsável por apresentar novos pontos de vista e novos mundos para os alunos.

Dessa forma, utilizar o ensino de música de maneira transversal no trabalho com outros componentes curriculares é mais do que recomendável. O conteúdo programático em que a musicalização é inserida deve ser guiado por recursos que fazem sentido ao educador, tornando o professor um construtor desse conhecimento. Nesse sentido, o estudante pode se situar na atividade proposta e aguçar o seu pensamento crítico na hora de  resolver problemas que vão além daqueles propostos no currículo padrão.

Segundo Schaw, Irvine e Rauscher, pesquisadores da Universidade de Wisconsin nos Estados Unidos, alunos que receberam aulas de música durante seu período escolar apresentaram resultados de 15 a 41% superiores em testes de proporções e frações do que aqueles que não receberam. Em outra investigação, Schaw verificou que alunos de 2a . série que faziam aulas de piano duas vezes por semana apresentavam desempenho superior em matemática aos alunos de 4 ª série que não estudavam música. Os pesquisadores levaram em consideração que o contato com a música, seja pelo aprendizado de um instrumento ou pela apreciação ativa, potencializa a aprendizagem cognitiva, particularmente no campo do raciocínio lógico, da memória, do espaço e do raciocínio abstrato: habilidades muito importantes para a área de exatas.

A ArtBee busca, por meio de um currículo que explora processos criativos musicais, incluir atividades em que os alunos possam ter contato com etapas do ensino da música. A proposta faz parte da união de tradição e excelecência de uma instituição superior renomada e da necessidade da criação de ambientes criativos dentro as escolas, onde hard e soft skills possam ser trabalhadas em conjunto para um processo de aprendizado rico, eficiente e inovador.