A relação entre adulto-criança no espaço educativo é um tema bastante complexo. Entretanto, tem como pilares de construção a ética, a empatia, além da consciência que essas relações impactam diretamente no desenvolvimento emocional e cognitivo dos alunos. Tendo em conta todas essas informações buscar se aprofundar através do estudo, reflexões e autoconhecimento para construir uma relação afetiva saudável torna-se extremamente necessário.
A forma de olhar, falar, os gestos e o toque são ações que demandam disposição e interesse do adulto para repensar a postura que já é automática ou normalizada. Como está a sua comunicação com bebês e crianças? Os gestos são compatíveis com a sua fala ou há divergência entre palavras e ações?
A atitude do adulto está relacionada com as imagens da infância que cada um traz dentro de si. Como educadores devemos estar sempre dispostos a voltar às nossas memórias com o intuito de melhorar a sintonia com os infantes: revisar fotos, pensar em momentos marcantes, buscar sua essência e, principalmente, interagir e trocar informações com outros educadores é muito importante.
Ter consciência de nós mesmos como um todo despertará mais sensibilidade no tratamento com as crianças e com o passar do tempo, conforme essa abertura e reflexão cresce, a relação de conexão com os alunos se torna uma via de mão dupla, onde nós como adultos afetamos e somos afetados também.
Vale lembrar que a criança, inclusive os bebês, são seres ativos, que possuem histórico social, cultural e direitos que aprende através das interações e brincadeiras, desenvolvendo-se de forma não linear, cada uma no seu ritmo e suas singularidades. Esses conceitos – que são de grande amplitude, fortalecem uma abordagem pedagógica que busca o bem-estar de cada uma através da construção de um vínculo baseado em confiança e segurança entre o adulto e a criança.
CRIAR, CUIDAR E ACOLHER
No início do ano letivo, em especial, é importante que as crianças se sintam confortáveis e seguras no ambiente escolar. A renúncia ao “adulto centrismo” e o foco na construção de uma relação de qualidade com abertura para aprender e conhecer as crianças através da sustentação emocional e validação dos sentimentos são fundamentais para que a relação entre educador-aluno se desenvolva de forma plena.
Os ambientes escolares devem ser convidativos e esteticamente agradáveis para que as crianças possam explorá-los com autonomia e liberdade. Adotar uma postura excessiva pode impactar negativamente a autoestima e a motivação. As crianças precisam viver experiências interessantes e enriquecedoras do ponto de vista socioemocional e os educadores devem se esforçar para compreender e atender as suas necessidades.
O ESTIGMA NO OLHAR DO EDUCADOR
Evitar rotular crianças e bebês como “problemáticos” por serem diferentes do grupo em que estão inseridos é algo que deve ser evitado. Por vezes, a criança só precisa de uma relação de confiança e experiências significativas que podem ser implementadas através de práticas pedagógicas que viabilizem o exercício da criatividade e do pensamento crítico. Portanto, é muito positivo considerar diferentes fatores e ter trilhas de aprendizagem que são flexíveis.
Aprendemos sobre relações vivendo e nos relacionando, e é assim que as crianças também aprendem. Nós somos modelos de relacionamento para elas, já que passam a maior parte de suas vidas em espaços educativos. Mesmo que elas vivam experiências diferentes em casa, temos a responsabilidade de oferecer o melhor ambiente possível para o seu desenvolvimento.
SOBRE A METODOLOGIA DA ARTBEE
Frente aos novos desafios da sociedade, a criatividade e a autonomia são indispensáveis. O Programa Art & Tec segue essa proposta por meio de trilhas de aprendizagem que incentivam o pensamento crítico e criativo dos alunos em todas as etapas escolares. Foram criadas soluções em itinerários que valorizam a criatividade e os universos criativos, proporcionando maior conexão entre o ambiente escolar, educadores e o cotidiano de cada aluno.













