Escolas inovadoras: exemplos mundo a fora que revolucionaram o olhar sobre a educação

O questionamento sobre modelos de educação que são centrados no docente e não correspondem às necessidades dos estudantes já ocorre há muito tempo. A necessidade de escolas mais democráticas que promovam espaços de acolhimento de todos os alunos é, dessa forma, uma prioridade.

A pandemia obrigou escolas a adotarem o ensino híbrido devido às medidas de distanciamento social, além da busca por espaços de aprendizagem alternativos, reforçando o debate a cerca de novos modelos educacionais que tenham foco nas relações entre estudantes e com o restante da comunidade escolar.

O filósofo e educador francês Alphonse Ferrière, criador do movimento Escola Nova no século XIX, já defendia a ideia de que o ambiente escolar e os métodos de aprendizagem deveriam permitir que o aluno fosse dono de sua consciência moral. No Brasil, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, com Anísio Teixeira encabeçando o movimento, refletiu o movimento europeu, por meio da defesa de uma escola pública laica e acessível a todos.

O caminho para inovação na educação ainda é longo e complexo, não é um assunto que possui receitas ou soluções simples pelas mais diversas razões (financeiras, políticas, ideológicas ou estruturais), entretanto, alguns modelos inovadores já existem mundo a fora. Abaixo estão alguns exemplos de escolas que implementaram sistemas centrados na autonomia de aprendizagem dos estudantes, adotando metodologias inovadoras e formas de gestão alternativas e promissoras. Conheça essas instituições a seguir:

  1.  Summerhill School  – Reino Unido

Fundada em 1921 pelo educador Alexander Sutherland Neill, é uma das pioneiras dentro do movimento das chamadas “escolas democráticas“.

A escola se tornou ícone das pedagogias alternativas ao consolidar um sistema educacional que preza pela liberdade da criança na hora de escolher e decidir o que aprender e, baseado nisso, desenvolver-se no seu próprio ritmo.

A Summerhill School defende que as crianças podem aprender melhor se estiverem livres de instrumentos de coerção e repressão comumente utilizados na maioria das escolas. Todas as aulas são optativas, ou seja, os alunos podem eleger as que desejam ou não frequentar.

Neill fundou essa escola acreditando que “uma criança deve viver a sua própria vida — não uma vida que seus pais acreditem que ela deva viver, não uma vida decidida por um educador que supõe saber o que é melhor para a criança.”

Hoje, mais de 200 escolas espalhadas mundo afora seguem seus ensinamentos (50 delas só nos Estados Unidos).

  • Altitude (EUA)

Localizada no Vale do Silício norte-americano, a Altitude tem chamado a atenção de educadores desde 2013. Anteriormente chamada de AltSchool, a escola oferece um projeto pedagógico focado na criança por meio de plataformas digitais elaboradas.

Fundada por Max Ventilla, um ex-executivo do Google que participou da criação de soluções como o Google+, a instituição elaborou seu projeto, que fora o uso de ferramentas on-line, possui uma grande proximidade com as propostas da escola Summerhill: consolidar a autonomia do aluno.

A Altitude prega que a maioria dos estudantes tenham autonomia para executar seus projetos no próprio ritmo, trabalhando suas habilidades por meio da interação com os demais alunos. Atualmente existem oito unidades da escola, sendo sete delas em San Francisco e uma em Nova York. Alunos entre 4 e 14 anos são divididos em 3 grupos: menor elementar, elementar superior e ensino médio. Todos os dias, cada um acessa a plataforma digital da escola, onde é possível checar a programação semanal chamada de “set list”, suas refeições e outros detalhes.

  •  Egalia (Suécia)

A Egalia, uma creche localizada em Estocolmo, apresenta altos níveis de investimento em educação e pratica a neutralidade de gênero na comunicação com os alunos. Educadores evitam utilizar pronomes como “eles” e “elas”, utilizando o pronome “hen”, que em finlandês é considerado neutro.

Aberta em 2010, a escola atende crianças de um a seis anos de idade, os brinquedos são misturados e todas as crianças são incitadas a brincar com aquilo que lhes der vontade.

Todos os trabalhos educacionais são voltados para a igualdade, ensinando os alunos a não julgar uns aos outros por suas atitudes e estereótipos.

  • Escola Lumiar (Brasil)

A aposta da Escola Lumiar é no uso da tecnologia como aliada, não se esquecendo dos relacionamentos e autonomia dos alunos. Ela utiliza uma estrutura menos rígida de educação.

Fundada em 2003, a primeira unidade foi inaugurada em São Paulo, e desde então mais 5 unidades foram criadas em diferentes cidades do país e atende estudantes desde os 2 até os 15 anos de idade.

O foco da proposta pedagógica da Lumiar é, também, a autonomia do aluno que, por meio da orientação e avaliação de tutores e mestres, desenvolvem projetos em todas as áreas de conhecimento duas vezes por ano.

Os professores atuam como mentores, auxiliando e dando o suporte necessário em cada projeto de estudo. Já os mestres são especialistas que recebem indicação dos tutores, podendo ser profissionais das mais diversas áreas que recebem treinamento para apoiar corretamente os planos de cada aluno.

Assim como na escola norte-americana Altitude, alunos e professores da Lumiar possuem recursos on-line para auxiliá-los no processo de aprendizagem. As TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) constituem uma plataforma que une aplicativos onde o estudante pode verificar suas tarefas e realizar pesquisas. O conteúdo é atualizado a cada novo ciclo de projetos.

  • Escola Waldorf

A Pedagogia Waldorf é baseada na Antroposofia – palavra de origem grega que significa “sabedoria humana”. Fundamentalmente, ela tem como objetivo desenvolver a personalidade de forma equilibrada e integrada, estimulando o florescimento na criança e no jovem de: Clareza do raciocínio; Equilíbrio emocional; Iniciativa da ação.

Rudolf Steiner desenvolveu um currículo que incentiva e encoraja a criatividade, nutre a imaginação e conduz os alunos a um pensamento livre e autônomo. Distinguindo-se desde o início por ideais e métodos até hoje revolucionários, a pedagogia Waldorf é extremamente atual para nosso tempo, quando as questões humanas, o espírito cidadão e a responsabilidade social têm sido temas constantes em todas as esferas.

A Artbee procura estar a par de todas essas mudanças, desenvolvendo trilhas que possuem a criatividade como o verdadeiro motor do aprendizado. Em nossas escolas parceiras, o momento Artbee é descrito como “leve, inspirador e fora da caixinha”, o que permite espaço para o crescimento e desenvolvimento de autonomia e projetos originais, que em nada acompanham as pressões externas de resultados, mas sim, o verdadeiro prazer em aprender. Venha conhecer o nosso projeto e transformar, também, a sua escola em uma escola inovadora!