Estresse Infantil – Como ajudar os pequenos a lidar com o estresse e as preocupações?

Assim como os adultos, as crianças também têm preocupações que causam estresse. Adultos podem se preocupar com o emprego, uma briga com o parceiro etc., já as crianças podem se envolver em situações relacionadas a desentendimentos de amizades, familiares, ou até mesmo um brinquedo perdido, ocasionando o estresse. Entretanto, da mesma forma que alguns adultos fazem, crianças também podem utilizar estratégias para enfrentar situações estressantes e, por consequência, serem mais propensas a superá-las e a se recuperarem mais facilmente.

Por que habilidades para enfrentar situações que causam descontentamento são tão importantes? Crianças que são encorajadas a desenvolver habilidades para resolver os conflitos tornam-se adultos mais resilientes e mentalmente saudáveis. Essas “skills” são essenciais para que elas sejam capazes de superar situações difíceis, como enfrentar uma derrota, por exemplo, que embora não gostemos… são inevitáveis ao longo da vida.

Encorajar conversas desde cedo sobre como lidar com situações de frustração ajudam a criança a criar hábitos saudáveis quando estão sob estresse.

Segundo a psicóloga Erica Frydelberg, membro da Sociedade Australiana de Psicologia (Australian Psychological Society), precisamos ensinar as crianças a lidarem com essas preocupações para que elas não se tornem incontroláveis, que é o que define uma saúde mental deficiente: quando você não sente que tem os recursos para gerenciar situações que são desafiadoras ou difíceis. É inevitável que tenhamos ansiedade, mas os problemas ocorrem quando ela dura por muito tempo sem ser gerenciada ou tratada.

O estresse infantil se manifesta por meio de sintomas físicos ou psicológicos, e é bastante comum que pais e educadores não saibam reconhecê-lo, já que, por diversas vezes, os pequenos não sabem expressar seus sentimentos com clareza. Logo, a criança pode passar uma imagem de birrenta ou malcriada, quando, de fato, está apenas sofrendo as consequências do excesso de estresse.

 CAUSAS

O estresse infantil pode ter várias causas. Uma das mais comuns é a separação dos pais, pois a criança não tem maturidade o suficiente para lidar com uma situação tão complexa, que acaba se tornando difícil para ela. Outros fatores que podem ser causadores de estresse são:

– Nascimento de um irmão;

– Doença ou necessidade de internação hospitalar;

– Excesso de informações e responsabilidades;

– Mudanças de escola, casa, ou de cidade;

– Brigas familiares constantes;

– Bullying entre colegas ou parentes;

– Perda de familiares próximos.

COMO IDENTIFICAR?

Por não saberem se expressar com total consciência, as crianças podem não conseguir se comunicar quando estressadas, por isso cabe aos adultos estarem atentos às reações físicas e psicológicas consideradas “gatilhos” para o estresse infantil.

Alterações no comportamento como ansiedade, desobediência, pesadelos, medo excessivo, impaciência e agressividade são alguns dos sintomas do estresse nas crianças. Já os sintomas físicos típicos de crianças estressadas envolvem gagueira, dores de cabeça e de barriga, falta de apetite, tensão, náuseas e enurese noturna.

COMO PREVINIR?

Embora não haja cura ou tratamento específico para o estresse infantil, é possível identificar situações causadoras e reduzi-las para abrandar o quadro. Além disso, é importante que a criança tenha espaço para se desenvolver, para que, na fase adulta, ela não sinta dificuldades em situações semelhantes.

As crianças aprendem com o modo com que os adultos conduzem as situações. Se os adultos respondem de maneira angustiada ou ansiosa a situações estressantes, os pequenos tendem a aprender a responder da mesma forma.

Introduzir esportes em grupo, como o futebol e ginástica artística podem, também, reduzir os níveis de estresse. Entretanto, somente se as atividades físicas forem feitas sem grandes cobranças por parte dos pais.

Diminuir o tempo de uso de aparelhos eletrônicos como tablets, smartphones e TV, auxilia no desenvolvimento pessoal e emocional da criança. Isso, combinado com um tempo livre para brincadeiras e redução do número de tarefas diárias também podem ser grandes aliados no combate ao estresse infantil.

Caso algum comportamento diferente do habitual seja percebido, é preciso assimilar os fatos que podem estar relacionados a essa mudança comportamental repentina. Estar atento a reações físicas, como humor alterado, introversão e medo é muito importante. Se necessário, cogitar buscar ajuda médica de um Neuropediatra para que a criança tenha o melhor auxílio, confirmando – ou não – o diagnóstico de estresse infantil.

Ref https://medlineplus.gov/ency/article/002059.htm

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