Durante a infância, as crianças estão começando a formar o seu pensamento crítico e a desenvolver suas próprias opiniões sobre os diversos assuntos que percorrem o mundo, inclusive no campo político. Com o acesso à internet, fica difícil filtrar quando e como as crianças terão contato com determinados tópicos que podem gerar polêmica e desinformação, por isso, a ideia de que política é “coisa de gente grande” precisa ser cuidadosamente repensada.
Embora o objetivo não seja apresentá-las ao funcionamento do completo sistema político, o ensino de política na infância deve perpassar por questões importantes, como igualdade, justiça social, direitos humanos, respeito a todas as opiniões e o não uso da violência – de modo a levar as crianças a construírem uma sociedade mais justa e equitativa.
Dessa forma, adultos que possuem contato direto com crianças, sejam pais ou educadores, têm a responsabilidade de levantar essas questões de maneira reflexiva e não impositiva, levando, de fato, a uma conversa frutífera sobre direitos e deveres de todo e qualquer cidadão vivendo em sociedade.
Aqui estão algumas dicas para abordar esse tema:
- Reforce constantemente aos pequenos a necessidade de checar notícias, principalmente do campo político: o combate à desinformação e às fakes news é o mais necessário da nossa época. Ajude os pequenos a reconhecerem as armadilhas das fake news: elas geralmente causam sentimentos de medo e não estão em portais oficiais de notícias.
- Evite usar termos complexos e opte por falar em ideias. Por exemplo: a depender da idade da criança, você não precisa explicar a origem da palavra democracia, mas pode mostrar a sua importância por meio de discursos que exaltem o respeito a todas as opiniões, culturas e religiões, que ensine a aceitar uma decisão da maioria, que estimule a atitude solidária e empática ao diferente.
- Desmistifique a ideia de que política é “chato” com exemplos simples: a escolha de um líder de sala que representará de forma respeitosa todas as ideias ou a realização de assembléias onde todos se escutam e trocam saberes.
- Proporcione o diálogo: demonstre com ações dentro de sua própria casa que conflitos podem ser resolvidos por meio de diálogos respeitosos. A conversa e a escuta ativa é a melhor saída para identificar sentimentos que, às vezes, acometem os pequenos e que eles ainda não conseguem explicar com clareza.
Com essas dicas falar sobre um assunto complexo pode se tornar leve e fortalecer o senso crítico dos pequenos.
E aí, vamos começar?!




